Wednesday, 22/1/2025 | 1:09 UTC-3
Falando de Gestão

Nayara Teixeira fala sobre a Escuta Ativa: O Pilar Essencial para uma Liderança Eficaz nas Organizações

Na construção de uma liderança eficaz, a comunicação é uma peça-chave, e a escuta ativa surge como um de seus pilares mais importantes. Ouvir com atenção, compreender as nuances emocionais e validar as percepções dos interlocutores são habilidades essenciais para líderes que desejam criar um ambiente de trabalho saudável, colaborativo e produtivo.

Para explorar esse tema tão relevante, conversamos com Nayara Teixeira , psicóloga e Diretora de Produto e Operações da Mapa HDS. Durante a entrevista, Nayara compartilha sua visão sobre o papel da escuta ativa na liderança, os desafios enfrentados pelos gestores em sua prática e como sua ausência pode impactar níveis de desempenho e a aplicação das equipes. Ela também oferece estratégias práticas para líderes que desejam desenvolver essa habilidade e transformar a escuta ativa em uma ferramenta de engajamento e resolução de conflitos dentro das organizações.

Confira, a seguir, os insights e reflexões dessa conversa inspiradora!

1- Como você define a escuta ativa e qual é o seu papel na construção de uma liderança mais eficaz dentro das organizações?
Eu entendo que a escuta ativa diz da habilidade de ouvir o outro com atenção e foco não apenas no que está sendo dito, mas também nas emoções, os interesses e as nuances presentes no processo de comunicação. Esse processo envolve interesse genuíno, empatia e capacidade de validar o que foi dito, criando, assim, um espaço de confiança.


A escuta ativa pode ser um dos pilares de uma liderança eficaz e assertiva, pois permite que o líder compreenda verdadeiramente as necessidades, preocupações e perspectivas da equipe, facilitando a tomada de decisão e se tornando uma figura de referência e confiança, além de fortalecer uma cultura de diálogo e abertura, promovendo um ambiente de trabalho saudável e mais colaborativo.


2- Quais são os principais desafios que os líderes enfrentam ao tentar implementar a escuta ativa no dia a dia?
Os desafios são muitos, até pelo próprio papel que é liderar pessoas. E isso envolve a falta de tempo, geralmente a liderança possui agendas sobrecarregadas, dificultando a disponibilidade para conversas mais longas. A pressão por resultados, pois o líder precisa conciliar o foco em pessoas, com a entrega por resultados, o que pode causar também nesse líder sobrecarga e esgotamento emocional. Por isso, é preciso ter uma cultura com práticas que possibilitem ao líder o exercício da escuta ativa. Em ambientes onde o clima organizacional é de medo ou competição, pode ser ainda mais desafiador para as lideranças exercerem a escuta ativa no dia a dia.

3- Na sua opinião, como a falta de escuta ativa por parte da liderança pode impactar os níveis de desempenho e a motivação dos liderados?
Acredito que a falta da escuta ativa pode causar diversos problemas, e o desengajamento é um deles, pois quando as pessoas sentem que não são ouvidas, tendem a se desconectar emocionalmente do trabalho, causando a redução da confiança na organização. Além de gerar conflitos e retrabalhos, o que impacta na produtividade dos trabalhadores. A falta de escuta pode ser correlacionada com a falta de reconhecimento, sendo esse um risco psicossocial que pode também prejudicar a saúde emocional do trabalhador.

4- Você acredita que a prática da escuta ativa pode ajudar a resolver conflitos no ambiente de trabalho? Pode compartilhar algum exemplo prático?
Sim, a escuta ativa é fundamental na resolução de conflitos. Ao ouvir as pessoas envolvidas em um conflito, com atenção, o líder consegue identificar as causas reais do problema e, ao validar os sentimentos envolvidos, ajuda a criar um ambiente propício à solução.

Já vivenciei uma situação na qual dois colaboradores estavam em desacordo sobre a divisão de tarefas. Ao realizar a escuta ativa para entender as expectativas de cada um e como se sentiam em relação à situação, ficou evidente que havia um problema de comunicação e uma percepção de falta de equidade. Com essa clareza, foi possível renegociar as responsabilidades, restaurando o equilíbrio e a harmonia na equipe.

5 – Quais conselhos ou estratégias você daria para líderes que desejam desenvolver habilidades de escuta ativa em suas equipes?
Acredito que o principal é começar pelo próprio processo de autoconhecimento. Reconhecer e saber respeitar as próprias emoções possibilitará saber escutar e validar o sentimento trazido pela equipe, ou pelo trabalhador, de maneira individual. Além disso, buscar estar presente no momento da conversa, evitando distrações como celulares ou pensamentos sobre outras tarefas (mesmo sendo esse um desafio). Estimular o diálogo com perguntas abertas que incentivem os trabalhadores a compartilharem mais informações. Demonstrar que compreendeu o que foi dito por meio de frases afirmativas e adotar uma postura empática e respeitosa, isso cria um ambiente de confiança que é um elemento fundamental para a escuta ativa. 

Agradecemos a Nayara Teixeira por atender o Falando de Gestão e pela contribuição valiosa e pelos insights compartilhados. Sua visão sobre a escuta ativa certamente inspira líderes a construir relações mais humanas e produtivas no ambiente organizacional. Muito obrigado!

Nayara Teixeira é Diretora de Produto e Operações da Mapa HDS. É Psicóloga, Mestre em Psicologia pela PUC-MG, e pós-graduada em Psicologia Organizacional e do Trabalho pela PUC-MG, e realizou pesquisa sobre fatores psicossociais no trabalho de profissionais de Tecnologia. Ela é integrante do grupo de pesquisas PSITRAPP da PUC-MG e do CT – Saúde Mental e Riscos Psicossociais Relacionados ao Trabalho – ABERGO. 

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