Wednesday, 22/1/2025 | 11:38 UTC-3
Falando de Gestão

O Movimento da Grande Resignação

Pedro Paulo Morales - Editor do Blog

Pedro Paulo Morales – Editor do Blog

Uma imagem muito interessante circula por redes sociais. Na imagem pode-se ver um barco com várias pessoas engravatadas reunidas na proa e o diretor presidente da empresa questionando os outros diretores, “Eu não entendo, depois de todos os cortes no orçamento para otimizar a força de trabalho por que não estamos nos movendo mais rápido!”. Enquanto na popa do barco uma única pessoa sentada entre os bancos vazios, sem camisa e com aspecto de cansado, rema o barco.

Infelizmente esse é um dos motivos que estão levando as pessoas a pedirem demissão de seus empregos em meio a um grande índice de desemprego no país. Essas pessoas que “remam” o barco estão ficando com esgotamento profissional. Esse estado de esgotamento é também conhecido Síndrome de Burnout que desde janeiro deste ano passou a ser considerado pela OMS doença ocupacional.

Para se ter uma ideia em janeiro deste ano mais de 500 mil pessoas pediram demissão de seus empregos no Brasil seguindo a tendencia de países como Estados Unidos, Inglaterra e Japão entre outros apresentam o fenômeno de grande demissão. Para se ter uma ideia nos Estados Unidos cerca 4 milhões de pessoas chegaram a pedir demissão em um único mês. Esse movimento recebeu o nome de “The Great Resignation” ou “Grande Resignação”. Segundo especialistas no assunto não apenas o trabalho estafante vem causando essas demissões, mas também a vontade das pessoas, principalmente as da Geração Z nascidas a partir da metade dos anos 90, de continuar em home office, procurando novas oportunidade nos quatro cantos do mundo surgidas com a consolidação do teletrabalho durante a pandemia.

Essas pessoas começaram a entender que muitas funções que não exigem atendimento ao publico podem ser feitas ou totalmente remotas ou semipresencial e partem em busca de empregos que deem a elas mais qualidade de vida, equilíbrio mental, flexibilidade além de um salário maior.

A grande questão é que as novas gerações não estão gostando da ideia de trabalharem cerca de 80 mil horas em um trabalho que não representem seus anseios, expectativa e as tornem uma espécie de “escravos” do século XXI.

Estamos diante de uma espécie de revolução de trabalhadores onde muitos não aceitam mais cumprir ordem sem questioná-las, querem mais reconhecimento e qualidade de vida.

Enquanto os governos e as empresas não perceberem que as pessoas evoluíram durante a pandemia, que precisam melhorar os empregos oferecidos para atrair os novos trabalhadores, seguiremos no mesmo barco, com poucos remadores, muita conversa e baixo rendimento.

Vamos refletir e sucesso!

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